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Sobre Ribeirão das Neves

A cidade de Ribeirão das Neves possui índices alarmantes de analfabetismo e pobreza.

Trata-se da segunda pior cidade para ser mulher no Brasil (Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2000 e de 2010) e o segundo menor IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) para as mulheres brasileiras. Segundo o IBGE, 60% da população nevense vive em áreas de risco, o maior reduto carcerário da América Latina (cerca de oito presídios na cidade).

O estigma de “cidade-presídio” somados ao crescimento demográfico acelerado; a ausência de uma política de desenvolvimento capaz de revelar e ampliar as potencialidades do município, a alta vulnerabilidade social e o genocídio da população jovem, sobretudo negra, geram um grave problema de autoestima e abalam a capacidade da nossa juventude de sonhar.

Ajudar na construção de novas perspectivas, e não só ensinar o que vai cair no ENEM, é o objetivo último. É preciso que a passagem das pessoas por esse cursinho traga muito mais do que uma experiência de formação conteudista, bancária e mecanicista.

Estamos dialogando com as questões do nosso tempo e não podemos pensar educação sem consciência de classe, cultura, saúde mental.

Não podemos pensar acesso à universidade sem a garantia de permanência. E diante de tantas questões relevantes, compreendemos que o resultado de todo esse esforço coletivo para o ensino da população, é o retorno dessa cultura, saberes e reflexões para suas casas, ruas e bairros.

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (Paulo Freire)

Como surgiu o Projeto?

foto pc

Vivendo em uma região periférica, a juventude nevense viu a necessidade de fundar um cursinho popular, que consiga levar à cidade, uma perspectiva de ensino crítico, capaz de fomentar a cultura do seu povo, a organização destes, assim como o entendimento sobre os problemas sociais enfrentados na região. O projeto nasceu do coletivo Ocupa Curumim e vem ganhando contornos cada vez maiores.

Por tal motivo, esse projeto é mais do que um cursinho, já que incluirá em frentes de atendimento com psicólogos voluntários, de reforço escolar dado por monitores formados/em formação, biblioteca comunitária, formação política, cozinha coletiva assim como orientação jurídica e diversas outras ações e frentes. Pois apenas com essa visão ampla é possível construir e garantir o acesso à educação, cultura, construindo um movimento consciente e atuante na região.

A escolha do nome de cada frente também não nasceu do acaso: buscamos homenagear importantes figuras que nasceram ou ajudaram a pensar a cidade.